A Troca



Os anos 2000 foram de certo um tanto especial para Clint Eastwood no que diz respeito a sua carreira como diretor. Praticamente todos os filmes dirigidos por Eastwood conseguiram reconhecimento em bilheteria ou em indicações para prêmios como o Oscar."Sobre meninos e lobos"; "Menina de Ouro" ; "Cartas para Iwo Jima" e mais recentemente "A Troca" e "Invictus", são provas de que o lendário ator de 79 anos sempre teve credibilidade.
Em "A Troca" nos deparamos com a história, baseada em fatos reais, de Christine Collins, personagem interpretada por Angelina Jolie . Os acontecimentos se passam em Los Angeles na década de 20, época em que os escândalos de corrupção envolvendo a polícia da cidade eram gritantes. Numa certa manhã, a protagonista , chamada as pressas para cobrir uma colega no trabalho, deixa seu filho,Walter, por algumas horas sozinho em casa e ao retornar não o encontra, logo comunicando a polícia o desaparecimento da criança. Cinco meses se passam, até que os policiais responsáveis pelo caso comunicam a mãe que seu filho foi encontrado e que - em determinados dia e horário - ela poderia reencontrá-lo na estação da cidade, pois o garoto foi localizado numa região vizinha e estava sendo trazido ao seu encontro. Chegando ao local marcado, Christine se depara com jornalistas e policiais tentando tirar algum benefício do acontecimento. Para a surpresa da personagem, a criança encontrada não era Walter, mas mesmo tendo certeza disso, movida pela emoção e pelo desespero, ela acaba aceitando-a. Passado este período de comoção ,Christine procura as autoridades policiais e os pressiona a continuarem a busca, informando que o garoto encontrado não era o seu.



Incomodada com as declarações polêmicas dadas por Christine aos jornais, a polícia começa a defender a possibilidade de que a mulher esteja delirando, acabando por interná-la num hospital para doentes mentais e dessa forma calando-a. Com a ajuda de um pastor presbiteriano, a protagonista consegue sair do sanatório e colocar a polícia contra a parede, dando abertura para o terceiro ato, período em que descobrimos o que pode ter realmente acontecido com Walter.



"A Troca" é um filme com altos e baixos. A direção de arte, o cenário e os figurinos são muito bons, tudo fruto de uma ótima reconstituição de época. É interessante saber por exemplo, como funcionavam as telefônicas e o sistema de transporte na década de 20. Quanto ao trabalho dos atores é tudo meio irregular. Jonh Malkovich como o pastor e Amy Ryan como a mulher no sanatório não têm muito a fazer , já Jeffrey Donovan como o policial corrupto está bem, mas não se destaca. Angelina Jolie faz um bom trabalho, mas concordo com o que disse a jornalista Isabela Boscov. Para quem estiver meio desavisado, o trabalho de Jolie pode soar como sensacional, mas analisando friamente dá para perceber que a perfomance dela foi minuciosamente projetada para ganhar Oscar. Acredito que menos era mais Angie.
Quanto a história em si é até interessante e tal , mas depois segue por uma outra direção que compromete o conjunto.
Apesar dos pesares,entre mortos e feridos pelo menos o espectador escapa.É possível resistir as falhas e até mesmo se emocionar com a história de sofrimento vivida pela protagonista. No mais é um filme assistível sem compromisso.

Indicações a prêmios:

Oscar - Melhor Atriz
Globo de Ouro - Melhor Atriz Dramática
Bafta - Melhor Atriz

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